sábado, 21 de abril de 2012

Minha menina,

Quando vejo a mulher que você se tornou, me encho de orgulho. Te vejo forte, determinada, ambiciosa, cheia de sonhos e com aquele brilho nos olhos de quem tem planos perfeitos para fazê-los virarem realidade. Você parece uma guerreira com seus olhares certeiros, respostas inteligentes e uma armadura belamente lapidada. Parece pronta para enfrentar o mundo.
Acontece que quando chega a noite, eu percebo que ainda você não cresceu. Ao vê-la abraçando sua centopeia na hora de dormir, te vejo com cinco anos. Vejo que o tempo pode ter passado e que você pode ter amadurecido perante o mundo, mas ainda é aquela pequena que tem medo de raios e trovões e que reza toda noite pedindo pelo seu príncipe nem tão encantado.
Eu entendo que você esteja passando por um momento de transição e que já não aceita mais as limitações que eu lhe imponho, mas tudo isso é para o seu bem. Não quero que você se machuque. Não desejo ver suas lágrimas rolarem uma vez mais. Tudo o que eu mais desejo é a sua felicidade, mesmo que de vez em quando não pareça.
Por isso, princesa, não lute contra quem você é. Aceite-se. Não é porque o mundo diz que você não pode ser como é que você deva mudar. Ir contra o que acredita para tentar um novo resultado não será positivo e, acredite, não trará aquilo que você deseja. Só trará as tão conhecidas lágrimas, que você tanto deseja evitar.
Ouça: ser guiada pelo seu coração não é um problema. Ser fofa e carinhosa, também não. O problema é você se fantasiar daquilo que não é, fazendo coisas que não te apetecem, para tentar ser aceita, querida... amada. Toda resposta que você conseguirá dessa forma não te fará feliz, pelo simples fato de você não estar feliz agindo assim.
Então, liberte-se. Mude, mas mude aos poucos e ouça-me durante esse processo de mudança. Procure alterar suas atitudes, mas não sua essência, sempre tão verdadeira e bela neste quesito.

Você é preciosa, Patrícia. Lembre-se nisso.

Seu sempre,
Supergo