domingo, 6 de julho de 2008

Anseios de amor
Ela:
Sua boca me cubra de beijos! São mais suaves que o vinho tuas carícias, e mais aromáticos que teus perfumes é teu nome, mais que perfume derramado; por isso as jovens de ti se enamoram.
Leva-me contigo! Corramos!
O rei introduziu-me em seus aposentos.
(Queremos contigo exultar de gozo e alegria, celebrando tuas carícias, superiores ao vinho.
Com razão as jovens de ti se enamoram.)

Canção da amada
Ela:
Sou morena, porém graciosa, ó filhas de Jerusalém, como as tendas de Cedar, como os pavilhões de Salomão.
Não me olheis com desdém, por eu ser morena!
Foi o sol que me bronzeou: os filhos de minha mãe, aborrecidos comigo, puseram-me a guardar as vinhas; a minha própria vinha não pude guardar.

Ambição do amor
Ela:
Indica-me, amor de minha alma: onde pastoreias?
Onde fazes repousar teu rebaho ao meio-dia?
Para eu não parecer uma mulher perdida, seguindo os rebanhos de teus companheiros.
(Se não o sabes, ó mais bela das mulheres, segue os rastos das ovelhas e leva teus cabritos a pastar perto do acampamento dos pastores!)

Ele:
Às parelhas das carruagens do Faraó eu te comparo, minha amada.
Graciosas são tuas faces entre os brincos, e teu pescoço entre colares.
Faremos para ti brincos de ouro com filigranas de prata.

Exaltação do amor
Ela:
Enquanto o rei está em seu divã, meu nardo exala seu perfume.
O meu amado é para mim como bolsa de mirra sobre meus seios; o meu amado é para mim
como um cacho florido de alfena dos vinhedos de Engadi.

Ele:
Como és formosa, minha amada!
Como és formosa, com teus olhos de pomba!

Ela:
E tu, meu amado, como és belo, como és encantador!
O verde gramado nos sirva de leito!
Cedros serão as vigas de nossa casa, e ciprestes, as paredes.

Galanteios
Ela:
Eu sou o narciso de Saron, o lírio dos vales.

Ele:
Sim, como o lírio entre espinhos é, entre as jovens, a minha amada.

Ela:
Como a macieira entre árvores silvestres é, entre os jovens, o meu amado.
À sua sombra eu quisera sentar-me, pois seu fruto é saboroso ao meu paladar.

Amor apaixonado
Ela:
Ele me conduziu à casa do banquete, onde a bandeira era para mim sinal de amor.
Restaurai-me as forças com tortas de uva, revigorai-me com maçãs, porque desfaleço de amor!
Sua esquerda apóia minha cabeça, e sua direita me abraça.

Ele:
Conjuro-vos, ó filhas de Jerusalém, pelas gazelas ou corças do campo, que não acordeis nem desperteis a amada, antes que ela queira!

~
[Cântico dos Cânticos, Antigo Testamento, por Salomão - Primeira Canto]
Queria colocar o capítulo e o versículo certinho, mas como peguei de um site que não os diz, não é possível.