domingo, 22 de agosto de 2010

Eu queria matar a vontade dos meus olhos, da minha pele e da minha boca... Todo meu ser fica ansiando por vontade de você.
Vontade de te ver, te tocar... de fazer coisas nas quais prefiro não pensar. Porque se penso, as memórias me trazem as sensações mais revigorantes das quais consigo lembrar.
As vezes, perdida na lembrança, esqueço de todas as lágrimas que passaram. Só consigo lembrar das sensações e elas me guiam ao encontro feliz, próximo. Elas me fazem ir para frente do espelho para escolher roupas e pinturas, e imaginar espaços, falas, toques... imagino passo a passo como tudo vai acontecer.
Faço poses, fingindo te ignorar.
Já cansada de fingir, danço sozinha, como se estivesse te seduzindo.
Olho para o nada, me despindo para você.
Abro caminhos em minha pele, como se suas mãos me tocassem.
Eu brilho imaginando nosso encontro.
Porque, desta vez, eu vou decorar seu gosto, sua pele e seu cheiro... e assim, mesmo que você se vá, estará sempre em mim.
Como deveria ser.

Cachinhos de felicidade.

domingo, 8 de agosto de 2010

Ah, Patrícia, querida,

eu acho uma graça quando você diz que eu devo sumir. Caso não tenha percebido, eu sou você. Sou sua melhor parte, aquela que você tenta esconder, mas que dá gosto a tudo.
Se fosse por mim, você não acordaria tão cedo fingindo o sorriso para pessoas que você não suporta.Você voltaria a beber, voltaria a usar o que quisesse e a quem quisesse.
Você precisa disso, Patinha. Precisa. Ou você acredita que engana alguém sendo essa menina insuportavelmente doce e quase perfeita?
Você sabe que não é assim.
Sabe que precisa de uns tóxicos para fugir da monotonia, sabe que precisa de sexo para se sentir satisfeita e sabe que precisa mandar tudo e todos para a casa do caralho de vez em quando. Essa sua abstinência não te leva a nada, só faz com que você se engane mais. Faz com que você finja estar satisfeita com coisas que não te satisfazem.
Você se sente realmente plena indo para a Augusta e não indo ao lado podre?
Você gosta de não frequentar os lugares de família que tanto te divertiam?
Vale a pena você não chegar em casa sem uma amnésia, lembrando dessa vida sem emoção que você tem levado?
Você sabe que não.
Deixe de ser essa menina fofa querida por tantos. Solte sua voz, grite, esperneie pelas suas injustiças, seja a vadia que você sabe ser e esqueça toda a boa criação que você teve.
Se não por um tempo, por uma noite.
Eu preciso sair desse quarto pequeno e escuro que você me colocou.
Me deixe sair para que você seja você.

ass.: Eu

sábado, 7 de agosto de 2010