domingo, 1 de janeiro de 2012

23 + 1


E pela primeira vez em anos, ao analisar minha ex-idade, eu não senti nenhum grande arrependimento. A única coisa que senti intensamente foi gratidão.

Não, esse definitivamente não foi um ano fácil. Ele foi repleto de perdas e frustrações – tive desilusões amorosas, profissionais, familiares, em meu círculo de amizades... –, mas eu aprendi e cresci como há muito não fazia.
Parte dessa aprendizagem surgiu do autoconhecimento proporcionado por esses momentos adversos, mas grande parcela dela foi trazida por algo maior que eu. Em alguns momentos, quando pensei que não era mais capaz de seguir em frente, fui pega no colo por alguma força superior e fui consolada. Com a maior tranquilidade do mundo, essa força me ensinou novas maneiras de ver a vida e me deu significado para seguir em frente. Hoje, se eu caio, o tombo não machuca na mesma intensidade e sou amparada por mãos que vivem a me proteger. Chame essa força de Deus, energia cósmica, Krishna, Grande Mãe, Alá... eu prefiro não nomeá-la. Ela só é algo que me trouxe mais paz e que tem me feito imensamente bem

Essa mesma força me ensinou a confiar mais em mim, algo que o tempo havia me forçado a deixar para trás. Percebi que não devo fingir ser algo que não sou para conquistar alguma coisa. Eu sou mais emoção, não preciso fingir que sou razão; sou meiga, não preciso me fingir grossa para ser respeitada; eu me importo, não preciso aparentar que não para parecer mais forte. Essa encenação não trás os resultados esperados. Agindo assim, eu só posterguei um pouco mais a dor que viria a sentir ou mudei o final que poderia ter sido diferente.

Entretanto, o maior ensinamento de meus 23 anos foi que grandes expectativas geram grandes frustrações. E lágrimas, muitas delas. Mas elas também podem te ajudar a descobrir quem realmente está disposto a enfrentar o mundo ao seu lado, seja te dando apoio, um conselho ou um ombro amigo.

Agradeço, 23, por ter me tornado mais mulher e por ter tirado um pouco da minha inocência, mesmo que não tenha sido pelo caminho mais prazeroso. Desejo que aos 24 eu possa continuar aprendendo, mas de uma maneira mais... doce.