Porque tenho medo do que me torno quando não corro. Tenho medo desse sedentarismo que me consome e desta fadiga que faz minha vida passar sem que eu veja. Tenho medo dos pensamentos depressivos que me perseguem e que só desaparecem quando eu estou correndo.
Eu corro.
Porque preciso da endorfina e de me superar. Preciso de metros a mais e de minutos a menos. Preciso daquela dor e daquele pensamento de "Eu não aguento mais!" para que eu mostre a mim mesma que consigo.
Eu corro.
Porque assim me sinto mais viva. Sinto meu coração batendo, o sangue pulsando, o suor correndo. Sei que estou me tornando o melhor naquilo que já sou: uma corredora.
Sigo correndo.
Porque quando minhas pernas já não querem mais se mexer e meus pés já não conseguem mais pisar, sinto a dor mais gratificante de todas: aquela dor que me mostra superei mais um desafio... e que, inconscientemente, me dá forças para vencer desafios ainda maiores.