domingo, 17 de outubro de 2010

SUA LINDA!

Só eu ADORO cantadas de pedreiro?

Me chama de telescópio que eu te faço ver estrelas... ;)

quarta-feira, 13 de outubro de 2010

Dia desses, nerdiando por aí, vi um daqueles gráficos que compara o cérebro feminino ao masculino. Uma das maiores partes do cérebro feminino era o que “fazia com que coisas que aconteceram há muito tempo fossem lembradas como se tivessem acontecido hoje”.

Isso me faz lembrar de começos... e o ruim dos começos é que eles sempre têm um fim.

Talvez por eu ser mimada demais, protegida demais, menina demais, eu não entenda quando algo não acaba do jeito que eu quero. Talvez até por acreditar nas minhas defesas, cada vez mais falhas, eu acredite que nada irá me abalar. Não de novo, não por um rompimento tolo. Mas abala.

Talvez por eu me entregar demais, me envolver demais, abala. Mas se me entreguei, foi por acreditar que havia achado o porto seguro com o qual todo navegante sonha. Porque enquanto navegantes, nós somos faltantes; mas, quando ancorados, a completude se revela. E uma vez que nós sentimos completos e voltamos a ser faltantes, não vemos outra saída senão buscar aquela sensação maravilhosa de novo. Se me envolvi tanto, é porque essa incompletude me incomoda e porque achei em você, finalmente, aquele porto em que poderia descansar o meu coração.

Depois de todo esse tempo, não posso dizer que estou bem. Ainda me arrependo de algumas coisas que me fiz para, em vão, tentar de atingir; ainda fico comovida quando dizem alguma coisa que me faz lembrar você; ainda evito os lugares em que estivemos para não me remoer com as lembranças; e eu, que nunca fui das católicas mais fervorosas, rezo todas as noites pedindo compreensão e paz de espírito.
Compreensão para que possa entender e fazer passar toda essa dor e paz de espírito para que não me sinta tão incompleta e consiga te esquecer.

"Eu quero amar alguém, sem delirar de novo."
(Cazuza)

terça-feira, 12 de outubro de 2010

Testando um Smartphone


- Do you speak dog?
- Yeap, a little bit, yeah...

"Trancar o dedo numa porta dói.
Bater com o queixo no chão dói.
Torcer o tornozelo dói.
Um tapa, um soco, um pontapé, doem.
Dói bater a cabeça na quina da mesa, dói morder a língua, dói cólica, carie e pedra no rim.

Mas o que mais dói é a saudade.
Saudade de um irmão que mora longe.
Saudade de uma cachoeira da infância.
Saudade do gosto de uma fruta que não se encontra mais.
Saudade do pai que morreu, do amigo imaginário que nunca existiu.
Saudade de uma cidade.
Saudade da gente mesmo, que o tempo não perdoa.

Doem essas saudades todas.
Mas a saudade mais dolorida é a saudade de quem se ama.
Saudade da pele, do cheiro, dos beijos.
Saudade da presença, e até da ausência consentida.
Você podia ficar na sala e ela no quarto, sem se verem, mas sabiam-se lá.
Você podia ir para o dentista e ela para a faculdade, mas sabiam-se onde.
Você podia ficar o dia sem vê-la, ela o dia sem vê-lo, mas sabiam-se amanhã.

Contudo, quando o amor de um acaba, ou torna-se menor, ao outro sobra uma saudade que ninguém sabe como deter.
Saudade é basicamente não saber.
Não saber mais se ela continua fungando num ambiente mais frio.
Não saber se ele continua sem fazer a barba por causa daquela alergia.
Não saber se ela ainda usa aquela saia.
Não saber se ele foi na consulta com o dermatologista como prometeu.
Não saber se ela tem comido bem por causa daquela mania de estar sempre ocupada; se ele tem assistido as aulas de inglês, se aprendeu a entrar na Internet e encontrar a página do Diário Oficial; se ela aprendeu a estacionar entre dois carros; se ele continua preferindo Malzebier; se ela continua preferindo suco; se ele continua sorrindo com aqueles olhinhos apertados; se ela continua dançando daquele jeitinho enlouquecedor; se ele continua cantando tão bem; se ela continua detestando o MC Donald´s; se ele continua amando; se ela continua a chorar até nas comédias.

Saudade é não saber mesmo!
Não saber o que fazer com os dias que ficaram mais compridos;
Não saber como encontrar tarefas que lhe cessem o pensamento;
Não saber como frear as lágrimas diante de uma música;
Não saber como vencer a dor de um silêncio que nada preenche.

Saudade é não querer saber se ela está com outro, e ao mesmo tempo querer.
É não saber se ele está feliz, e ao mesmo tempo perguntar a todos os amigos por isso…
É não querer saber se ele está mais magro, se ela está mais bela.
Saudade é nunca mais saber de quem se ama, e ainda assim doer.
Saudade é isso que senti enquanto estive escrevendo e o que você, provavelmente, está sentindo agora depois que acabou de ler… “

(Miguel Falabella)