segunda-feira, 24 de dezembro de 2007

Com 20 anos...

Eu vou me iludir menos e viver mais;
Curtirei mais paixõezinhas bobas;
Me entregarei mais a tudo;
Só vou gostar de quem gosta de mim;
Serei carinhosa e romântica com quem merece, sem medo de ir "rápido demais" [;)];
Eu vou rir muito - o triplo, no mínimo, do que ri esse ano;
Não vou criarei muitas expectativas em cima de ninguém, em qualquer tipo de relação intrapessoal;
Aproveitarei as oportunidades que a vida me dará - tooodas elas!
Vou continuar sendo meio retardada.

Parabéns pra mim e Feliz Natal a todos vocês!

~

Confesso que a muitos aniversários não me sentia assim: o coraçãozinho tá ansioso, batendo BEM mais forte do que o de costume.

Mas "daqui a pouco já é Natal" desde o primeiro dia de Janeiro e agora, que só faltam poucas horas, tô meio assim...

É...

C´est la vie! :)

[Finjam que nesse post consta a data do dia 25! :) ]

domingo, 23 de dezembro de 2007

É...

Vigotsky afirma que a fala não é capaz de expressar tudo o que o pensamento deseja.
Se a fala não é capaz, as palavras vão conseguir?
Não sei, nem tenho paciência para tentar.
Só sei que eu nunca entendi tão bem "Pensamento e Linguagem"...

quinta-feira, 20 de dezembro de 2007

"- Mas o que fizeram com a minha menina?! ...você virou uma mulher linda, Path... linda demais!"

Porque foram muitas as vezes que eu fui mandada para a coordenação por aprontar e muitas as outras que eu fui por livre e espontânea vontade só para matar aula e conversar... Mas em nenhuma - repito: nenhuma - das vezes, eu senti vontade de chorar e de rir ao mesmo tempo, como eu senti ontem, quando minha ex-coordenadora do colégio me disse isso e me abraçou.
Tantas vezes fui confortada por aqueles braços, que sempre estiveram abertos me esperando e sempre com conselhos ótimos, que me ajudavam nas melhores e piores fases e momentos.

Aiii... alguém faz o tempo voltar e me deixa ir para o colégio?

terça-feira, 18 de dezembro de 2007

[Não me olha, não me toca e finge que eu não tô!
Porque perto de você não me controlo... melhor parar tudo pra gente ficar aqui, nesse momento. Seus olhos nos meus, sua mão segurando a minha e eu emoldurando seu rosto com a outra, descobrindo cada detalhe... Não vai embora, não demora na volta!]

~
"Bem, confesso que assim que te conheci, não vi nada demais. Sim, claro que te achei bonito e sexy, mas naquele momento, não passava de um cara comum, como milhares que a gente encontra por aí, nem melhor ou pior que os outros. Sim, claro que você era simpático, e não pensaria duas vezes em ficar com você, mas dificilmente passaria disso, de um lance ocasional.

[...]
Então aconteceu...

Não me pergunte como, porque até agora não consigo me lembrar dos instantes anteriores ao toque dos meus lábios contra os seus. E foi assim: tão mágico que parece que este curto caminho sequer existiu.

Bem que me disseram que beijo bom é beijo roubado.

E o seu foi assim: roubado apenas com o brilho dos seus olhos, pela força do seu encanto. No começo foi lento, suave, como se quisesse sentir o gosto de sua saliva, o calor saindo de sua boca...o leve tremor se seus lábios.

[...]
Oras, até um minuto atrás eu mal me importava se pintaria algo entre nós, e agora, depois de um beijinho de nada já estou preocupada com o que ele irá pensar? Peraí...Este não foi um beijo qualquer! Não! Como pude ser tão inocente? Agora consigo entender o que realmente aconteceu: o frio na espinha, o estômago virando sem parar, a eletricidade correndo pelo meu corpo...

[...]
Por isso que foi tão bom, tão delicioso, porque não foi como os milhões que havia experimentado, mas algo que veio bem de dentro, do fundo do seu coraçãozinho! Coraçãozinho, uma ova!! Uma armadilha, isso sim! E chamar aquilo de especial, de delicioso??? Mas não foi nada demais, juro! Boca com boca, língua com língua, troca de babinhas, o que mais teria de especial?
Foi macumba, catimbó ou simpatia brava, mas nada vai me tirar da cabeça que eu estou assim, deste jeito, sem uma intervenção do além! E você sabe bem disso! Tanto sabe que nem conseguiu disfarçar seu ar de satisfação quando terminou e me viu meio abobalhada, com a boca ainda aberta, metade da língua pendurada para fora, com um pé na terra e outro na superfície lunar!

Nossa, você me beijou com a certeza de que eu não escaparia de jeito nenhum!!!

E agora, meu Pai? O que fazer, se não paro de contar os minutos para te encontrar, poder beija-lo sem parar!? [...] Eu estou pensando apenas em te beijar!!!!! Como é possível, com todo um corpo para aproveitar, eu me prender apenas as lembranças desta sensação tão maravilhosa que foi o seu beijo? Taí, novamente estou dizendo estas babaquices de "maravilhosa"!!

Senhor, dai-me paciência! Tudo bem que eu esteja nesta situação humilhante, com o coração cheio de ansiedade, mas afasta de mim este cálice cheio de frescuras!!!
Pronto...Nem consigo conversar direito com o Criador e você novamente me vem à mente, homem??

O quê, meu Deus?...Não escutei direito...Como? O senhor está me dizendo que eu acabo de me apaixonar ao primeiro beijo!?

Então já era!!!

Ah, maldito, só de raiva eu vou gastar todo o meu estoque de batom esta noite!!!"

Para ler na integra, clique aqui! :)

segunda-feira, 17 de dezembro de 2007

Romântica pra cacete, por Tatiani Bernardi

Nem todo dia tem Sol, nem toda sobremesa é cheese cake e nem toda relação homem e mulher é romance.
E você vai fazer o quê?
Vai se matar por causa do cinza acima da sua cabeça? Vai tremer hipoglicêmica e carente porque só sobrou torta holandesa? Vai se manter virgem e intacta até aparecer o homem que vai te dar uma casa com cerquinhas brancas, cachorrinhos e bebês?
Claro que não, você vai viver a vida, curtindo o que ela tem de melhor. E o que um bonitão que só quer te comer pode ter de melhor? Bom, eu poderia fazer uma lista. Mas a droga do romance estraga tudo isso, a droga dos filmes românticos nos enganam como as propagandas de cerveja que enchem de gostosas os babacas segurando um copinho.
Por que raios a gente tem de romantizar qualquer demonstração de carinho de um homem se na maioria dos casos eles só querem nos comer? E por que ficamos tão putas se eles apenas nos comem e caem fora?

Quem disse que eles são obrigados a nos amar eternamente só porque conheceram de perto a nossa beleza interior? E, finalmente: que mal há em sermos gostosas e os homens quererem nos comer?
Por que isso parece ofensivo? Por que nos sentimos usadas se ambos estão lá de livre e espontânea vontade?

Isso é herança das mulheres pudicas, sonhadoras e donas de casa do século passado ou a célula do romance vai eternamente se multipilcar e passar de geração em geração através das mulheres?
Eu tento, juro que tento. Mas a droga do romance não me deixa em paz.
Eu não tenho mais idade para ficar morrendo de vontade de dar para um cara e ficar enrolando até ouvir juras de amor eterno (que podem ser só para me comer), francamente isso não é coisa de mulher!
Mas depois passo anos pensando se não fui muito fácil.
Eu vou lá, mato minha vontade, tomo um belo banho, volto independente e resolvida pra casa e acordo no dia seguinte morrendo de vontade de ganhar flores, receber ligações românticas e promessas eternas.
É uma praga.
Conscientemente eu sei que nem todos os caras querem namorar comigo, e mais conscientemente ainda eu sei que eu também não quero namorar com a maioria deles. Mas lá dentro fica a dúvida: será que fui usada?
Da onde vem esse sentimento fraco, submisso, antigo, arcaico, pobre e idiota de que numa relação sexual o homem é o dominante que come e a mulher a coitada que é comida?
Claro que tem os babacas que nos fazem sentir assim, não se preocupam com o nosso prazer e agem na velocidade do prazer deles.
Mas tirando esses babacas (e depois que você experimenta um quase sempre fica descolada para afugentar os outros) por que um homem que te trata bem, te come direito, com carinho, com respeito e depois não quer namorar com você, te ofende?
E por que se ele te tratou tão bem, com tanto carinho e respeito, só quis te comer e caiu fora? Precisava se dar tanto trabalho?
A vida é complicada. E a vida é complicada porque nós mulheres romantizamos tudo, ou quase tudo. Ou justamente o que não deveríamos.
A gente faz planos mesmo em cima dos silêncios deles. A gente vê beleza em cada sumiço. A gente vê olhares de amor no mais puro olhar de tesão. A gente acaba de trepar e é batata: deita no peito deles!
Ah, o romance! Mulher que é mulher não consegue fugir de um.
Você pode até levantar apressada, fumar um cigarro, olhar a janela. Você pode disfarçar. Mas lá no fundo, bem escondido, estão seus sonhos de entrar de branco numa igreja e ver lá na frente aquele homem para quem você acabou de dar.
Você vai para o banho super senhora de si, mas enquanto a água escorre levando restos de células esfregadas e sêmens, você fica na dúvida entre se ele vai ligar no dia seguinte e o nome dos filhos.
Será que ele vai ter os olhos do pai?
Eu cansei de ser assim, por que não consigo ver os homens como diversão se eles conseguem tão facilmente nos ver assim?
Por que não posso aceitar que nem tudo é romance?
Por que a droga da chuva me lembra todas as vezes que eu voltei para casa sonhando e no dia seguinte me deparei com a frieza do dia seguinte?
Por que a droga do jazz me lembra a vida perfeita que eu sonho a cada ombro cheiroso que me cega os problemas e me ensurdece a espera?
Por que a droga da noite me lembra os corpos amados que ainda que cansados e tombados nunca caíram por mim?
Aonde está você, pelo amor de Deus! Aonde está você? Não vê que estou cansada de pertencer a todos e não ser de ninguém? Não vê que minha devolução me enfraquece cada vez mais em me entregar?
Não vê que na loucura de te encontrar não meço as entregas? E elas nunca são entregas porque eles nunca são você.
Porque comecei este texto tão bem e mais uma vez esqueci de ser a mulher moderna que eu tanto gostaria de ser para lembrar a mulher romântica que espera por você a cada esquina, a cada decote, a cada riso nervoso que solto em forma de grito à espera do seu socorro.
Eu vou continuar vendo você em todos esses crápulas que fingem ser você para vulgarizar o meu amor. Eu vou continuar cheirando você em todos esses suores fugazes que me querem num conto pequeno. Eu vou continuar lendo a nossa história em contos pequenos.
Cadê você que some a cada som que não me procura? Cadê você que parece ser e nunca é porque desaparece no cansaço das relações?
O meu amor acaba por todos, a minha espera cansa por todos, a minha raiva ameniza por todos. Mas a minha fé por você cresce a cada dia.
Eu posso transar no primeiro encontro, eu posso transar por transar. Eu posso trepar. Eu posso te encontrar num flat na hora do almoço para uma rapidinha. Eu posso reclinar o banco do meu carro e mandar ver. Eu posso deixar você não me beijar na boca. Eu posso aceitar que você nunca me leve de mãos dadas a um cinema. Eu posso ser uma noite e nada demais. Eu posso ser um banheiro e nada mais. Eu posso ser nada mais.
Mas eu nunca, em nenhum momento, deixo de romantizar a vida, cada segundo, por mais podre que seja, dela. Eu nunca deixo de procurar você. Eu nunca deixo de acreditar que você exista, e eu nunca deixo de acreditar que você faz o mesmo a minha espera.

quinta-feira, 13 de dezembro de 2007

Para minha filha.

Minha menina,
por enquanto, você não tem idéia de como será a sua vida. Só posso dizer que ela será bela, com vários dias de sol e muitos dias cor de rosa... mas alguns poderão tornar-se cinzas e tirar o sorriso de seu rosto.
Nesse processo de crescimento e evolução, você encontrará várias pessoas que mudarão sua vida. Algumas farão seu coração bater mais rápido e mais lentamente só com um sorriso... e não darão valor a isso; Outras, te mostrarão qual é o sentido do companheirismo e da amizade e ficarão do seu lado nos dias de mais agonia... mas outras simplesmente irão embora na primeira dificuldade ou no primeiro desentendimento. Você vai descobrir que as únicas pessoas com as quais você pode contar de verdade e que sempre irão te querer bem fazem parte da sua família e que não é tão ruim assim passar uma sexta à noite em casa assistindo filme comigo e comendo porcarias.
E um dia, minha pequena, um dia você vai cometer o melhor e o pior erro da sua vida: se apaixonar. Vai entregar seu coração e seu corpo de bandeja a alguém que te fará perder os sentidos e esquecer todos os seus princípios (esses que a mamãe ensinou bem, com certeza!) com um beijo, um toque, um olhar. E você se perguntará por que está fazendo isso... e nem você, nem ninguém será capaz de responder. É... isso que você sentirá, deixará alguns dos seus dias mais felizes, só de saber que a pessoa existe; e noutros, você vai desejar nunca ter nascido ou não ter lágrimas.
Mas olha, quando você esquecer seus princípios e fazer tudo o que você não faria com ninguém só por não conseguir dizer não, a mamãe estará aqui. E quando, no dia seguinte a tudo isso, você se lembrar de como foi bom, mas não receber nem um sinal de vida da criatura, eu também estarei aqui. E quando as lágrimas rolarem, o vazio te consumir e você se sentir um objeto, lembre-se que eu te amo acima de tudo e de todos e que eu daria meu sorriso para não te ver assim. Porque, minha flor, a mágoa acontece, mas só para que fiquemos mais fortes. E acredite, um dia você estará melhor, vai lembrar disso e vai ver que poderia ter aproveitado mais a situação. E nesse dia, minha filha, nesse dia eu saberei que você se tornou mais forte que eu e que você está pronta para secar as minhas lágrimas se um dia eu precisar.
Ninguém nunca me disse isso, bebê. A mamãe passou por todos esses perrengues para aprender que existem anjos que são colocados em nossas vidas por um motivo que só saberemos depois que tudo passou. Minha intenção não é fazer que você tenha medo de se apaixonar ou qualquer coisa assim, eu só quero que você saiba que, um dia, por mais que tudo isso aconteça, você achará alguém que merecerá cada pedacinho de você. E que ele poderá te fazer chorar, mas que te fará rir muito mais. E ele dirá aquelas frases bobas que todo homem diz quando quer te comer, te olhando nos olhos... e você se sentirá especial, porque você é especial para ele. Vocês farão amor se beijando e você perceberá que isso é um sinal de carinho, de respeito e se sentirá plena. Completa.
E eu, estarei de fora, sorrindo para você, mas sempre de braços abertos. Porque o dia em que você precisar de um colo, eu estarei aqui. Para sempre.

terça-feira, 11 de dezembro de 2007

Crônica do Amor, de Arnaldo Jabor

Ninguém ama outra pessoa pelas qualidades que ela tem, caso contrário os honestos, simpáticos e não fumantes teriam uma fila de pretendentes batendo a porta.
O amor não é chegado a fazer contas, não obedece à razão. O verdadeiro amor acontece por empatia, por magnetismo, por conjunção estelar. Ninguém ama outra pessoa porque ela é educada, veste-se bem e é fã do Caetano. Isso são só referenciais. Ama-se pelo cheiro, pelo mistério, pela paz que o outro lhe dá, ou pelo tormento que provoca. Ama-se pelo tom de voz, pela maneira que os olhos piscam, pela fragilidade que se revela quando menos se espera.
Você ama aquela petulante. Você escreveu dúzias de cartas que ela não respondeu, você deu flores que ela deixou a seco. Você gosta de rock e ela de chorinho, você gosta de praia e ela tem alergia a sol, você abomina Natal e ela detesta o Ano Novo, nem no ódio vocês combinam.
Então?
Então, que ela tem um jeito de sorrir que o deixa imobilizado, o beijo dela é mais viciante do que LSD, você adora brigar com ela e ela adora implicar com você.
Isso tem nome.
Você ama aquele cafajeste. Ele diz que vai e não liga, ele veste o primeiro trapo que encontra no armário. Ele não emplaca uma semana nos empregos, está sempre duro, e é meio galinha. Ele não tem a menor vocação para príncipe encantado e ainda assim você não consegue despachá-lo. Quando a mão dele toca na sua nuca, você derrete feito manteiga. Ele toca gaita na boca, adora animais e escreve poemas.
Por que você ama este cara? Não pergunte pra mim; você é inteligente. Lê livros, revistas, jornais. Gosta dos filmes dos irmãos Coen e do Robert Altman, mas sabe que uma boa comédia romântica também tem seu valor. É bonita. Seu cabelo nasceu para ser sacudido num comercial de xampu e seu corpo tem todas as curvas no lugar. Independente, emprego fixo, bom saldo no banco. Gosta de viajar, de música, tem loucura por computador e seu fettucine ao pesto é imbatível. Você tem bom humor, não pega no pé de ninguém e adora sexo. Com um currículo desse, criatura, por que está sem um amor?
Ah, o amor, essa raposa. Quem dera o amor não fosse um sentimento, mas uma equação matemática: eu linda + você inteligente = dois apaixonados.
Não funciona assim.
Amar não requer conhecimento prévio nem consulta ao SPC. Ama-se justamente pelo que o Amor tem de indefinível. Honestos existem aos milhares, generosos têm às pencas, bons motoristas e bons pais de família, tá assim, ó! Mas ninguém consegue ser do jeito que o amor da sua vida é!
Pense nisso.
Pedir é a maneira mais eficaz de merecer. É a contingência maior de quem precisa.

sexta-feira, 7 de dezembro de 2007

— E você, por que desvia o olhar?

(Porque eu tenho medo de altura. Tenho medo de cair para dentro de você. Há nos seus olhos castanhos certos desenhos que me lembram montanhas, cordilheiras vistas do alto, em miniatura. Então, eu desvio os meus olhos para amarrá-los em qualquer pedra no chão e me salvar do amor. Mas, hoje, não encontraram pedra. Encontraram flor. E eu me agarrei às pétalas o mais que pude, sem sequer perceber que estava plantada num desses abismos, dentro dos seus olhos.)

— Ah. Porque eu sou tímida.


[de Rita Apoena.]

quinta-feira, 6 de dezembro de 2007

Overdose de Ty

"Pode ferir-se o amor-próprio; matá-lo, nunca."
(Henri Montherlant)


E apesar de estar essa porpetinha, tenho me amado mais que nunca.

quarta-feira, 5 de dezembro de 2007

Carta a qualquer um

Oi.











Espero que esteja tudo bem... eu ando meio sem jeito de falar contigo depois de um momento de loucura das pessoas mais doces que eu conheço, que quiseram fazer - por mais que eu tenha pedido que não - você fazer parte do nosso fim de semana alternativo e consequentemente, deixar a minha semana mais feliz.

Mas eu não estou aqui para falar sobre o que passou. Bem, em termos. Na noite passada, eu sonhei com você. Não, não foi um daqueles sonhos insuportavelmente melosos, muito menos uma coisa muito brisante. Foi um sonho de vontades não realizadas, desejos contidos e tudo naquilo que já dei a entender que quero.

Nele, nós não falavamos nada. Nossos gestos demonstravam tudo o que sentíamos e eu, prendida em teus olhos, conduzia tuas mãos em meu corpo, que pela entrega já era teu. E entre uns gemidos ao teu ouvido, tomava posse e te fazia meu. Porque eras meu. Meu homem, meu macho, meu dono, meu escravo... meu. De um modo como nunca havia sido. Aquele momento me pertencia. Aquilo tudo me pertencia e você só estava ali por mim, enquanto eu me fingia de tua mulher, tua dona, tua puta e me entregava completamente a ti. Me despi de todos os medos e fiz tudo o que quis, nada com a intenção de te agradar, mas mesmo assim acabou sendo sublime também a seu ver.

Quando acordei, confesso que estava meio extasiada e vendo tulipas para onde olhasse. Até procurei em meu corpo para ver se achava alguma marca tua, porque não era justo ter sido tão maravilhoso e ser um sonho. Pensei em te ligar para saber se elas estavam em ti e pedí-las de volta, porque elas eram minhas. Minha fantasias, meus desejos realizados, minhas marcas. Mas me controlei. Vi que, realmente, não passara de um sonho. E mesmo assim, eu precisava te contar e te agradecer pela melhor noite da minha vida.

Beijos meus, fique bem.

domingo, 2 de dezembro de 2007

Eu ainda me apaixono por olhares;
sorrisos sinceros, daqueles que transparecem a alma da pessoa;
por ligações inesperadas;
por abraços que encaixam e fazem com que esqueçamos do mundo lá fora;
por beijos de despedida que fazem a gente ter certeza de que não é um adeus e sim um 'até logo';

Eu ainda me encanto por pequenos gestos;
por coisas que o outro diz sem pensar, mas que acaba sendo uma linda declaração;
mãos dadas, que revelam o compatibilidade de espíritos;

Eu ainda me iludo com tudo isso.
Mas é uma ilusão boa, que faz com que eu veja o mundo mais rosa e não me esqueça da bondade das pessoas.
Porque eu sinto isso com todos que me importam. E saber, que por mais que eu não os veja, eles estão presentes em mim, me faz uma pessoa mais feliz.

sábado, 1 de dezembro de 2007

Divagando e Teclando, de Silvana Duboc*

"Eu não estava nos planos dela, ela também não estava nos meus, mas enfim...aconteceu!"

[...]
E a gente pensa, acha, tem certeza, que foi aquela pessoa em especial que conseguiu a chave dos nossos mistérios, que atravessou sem esforços nosso rio de dúvidas, que invadiu nosso calabouço de conflitos e os desfez de uma só vez.
Tantos enganos... somos todos iguais, não existe essa quantidade de pessoas especiais.

[...]
Todos somos feitos de sonhos, é, sonhos, aquela coisinha insignificante que atualmente anda tão distante , que se julgava não existir mais no ser humano.

[...]
Mas será que ao fim de tudo somos mesmo aquilo que passamos? Ou será que só lidamos com um amontoado de sonhos?

[...]
Criam-se personagens a todo instante... gente séria, gente alegre, gente competente, inteligente, gente amiga e influente. Gente dominadora, gente meiga, e gente traiçoeira. Mas com tudo isso o amor vai acontecendo desnorteado dentro dos corações, se iludindo com meras palavras, atravessando difíceis estradas.
[...]
Somos todos, unidos ou perdidos, muitos ou poucos, invisíveis ou aparentes... mas carentes.... Carentes de amor, de amizades, de mão amiga, de olhar afetuoso, de um sorriso gostoso, de um bom dia com alegria.

[...]
Só posso adiantar mesmo o que disse no início, que ambos não estavam um nos planos do outro... e ainda assim foi incrível, indescritível... mas acabaram por se afastar, uma pena... um desperdício... de corações... de sensações... de amores ... e de ilusões.... (mas olha, ele ainda sonha com ela, e ela ainda pensa nele)


* Só peguei alguns trechos.
O texto na íntegra, pode ser lido aqui.

quinta-feira, 29 de novembro de 2007

“...e o Príncipe com um beijo despertou a Branca de Neve e eles viveram felizes para sempre.”


Nós, mulheres, estamos condicionadas a finais felizes. É algo que nos é ensinado desde cedo, quando na tentativa de fazer com que fiquemos quietas, nossas mães colocam aquele filme da Cinderela, da Branca de Neve ou da Bela Adormecida na tevê, e nós, menininhas ingênuas e princesas do nosso mundo cor de rosa ficamos encantadas. E é nesse momento, que começamos a nos iludir. “Porque o príncipe, ah, o príncipe VAI chegar num cavalo branco para me salvar!” e desejamos crescer e achar o homem com quem vamos compartilhar todos os momentos da nossa vidinha colorida, para que a gente case com ele com aquele vestido que já imaginamos detalhadamente e tenhamos dois filhinhos lindos, que serão só sorrisos e terão caras de anjo.
E nisso o tempo passa... e nós crescemos... e descobrimos que não é bem assim. Depois que o filme acabou, a Cinderela descobriu que o príncipe era um chato e que se preocupava muito mais com o reino do que com ela e a Bela Adormecida percebeu que preferia ter continuado com o seu sono profundo a ter que ouvir o ronco insuportável do maridão toda noite.
Eu sei que é triste, mas o príncipe perfeito e cheiroso nunca vai chegar. Se ele aparecer, vai vir com uns muitos centímetros a menos e muito mais reclamão do que havíamos imaginado. E ele vai perceber se você engordou uns quilos e vai olhar para aquela gostosa quando ela passar do lado dele na rua. Mas pior do que descobrir que o príncipe perfeito não vem, é descobrir que não somos as princesas que imaginávamos. Nós temos defeitos – muitos defeitos – e não temos consciência deles. Porque a gente querer discutir o relacionamento uma vez por semana é uma coisa normalíssima, todas as minhas amigas o fazem também! E pra que ele quer transar de luz acesa? Ele sabe que eu não gosto daquela gordurinha que aparece quando eu faço a posição do penico invertido que ele tanto gosta!
O que nós precisamos, acima de tudo, é de amor próprio. É saber que a vida não ficará melhor porque você achou um bofe que te ama e que topa fazer todo o Kama Sutra duas vezes por noite. Quando você se ama, tudo fluí naturalmente... e as coisas se encaixam e seguem para o que será melhor para nossa vida.
Nós NÃO precisamos de um homem para ser feliz! Tá, é bom ter alguém do seu lado que te complete, te faça bem e blábláblá... mas não podemos nos entregar para qualquer um na esperança de preencher essa carência, pois isso só fará mal a gente! Temos que procurar o príncipe que se encaixa na nossa história. Aquele que tenham defeitos que encaixam com os nossos e vice-versa. Porque se o príncipe não te encantar, você tem todo o direito e tirá-lo de sua história. Mas se ele não se encantar... você não pode ficar mal.

(Mesmo assim, eu adoro quando você chega de manhã com aquele sorriso lindo e diz, me deixando corada: "Bom dia, minha princesa!")

domingo, 25 de novembro de 2007

A noite caia, trazendo junto a sua doce escuridão a tão procurada compania. Ele chegou no lugar combinado, sentou e acendeu um cigarro. Começou a observar o ambiente.
Do outro lado do balcão havia um sujeito estranho, com colares, correntes, anéis e uma ridícula camisa vermelha brilhante. Oras, se já estava todo ornamentado, por que mais aquela camisa? No bar, um garçom engomadinho, que entre um atendimento e outro colocava-se a frente de um tabuleiro de xadrez esperando a próxima jogada de quem quisesse.
De resto, tudo parecia-lhe normal. Ridiculamente normal. Umas moças trocando olhares com uns rapazes, outras trocando olhares entre si e se provocando, uns bebendo, outros agarrando o primeiro desconhecido que visse para trocar confidências e ele.
Ele, que entre uma baforada e outra, tentava fazer círculos com a fumaça que soltava. Ele, que olhava constantemente para o telefone na mesa, brincava com o isqueiro.
Dez minutos.
Nunca dez minutos pareceram tão longos.
Entrou no bar uma loira. Cabelos compridos, ondulados, com um vestido preto longo o suficiente para que os músculos bem torneados de suas coxas aparecessem. Em seu decote, um colar que de acordo com o caminhar lhe roçava os seios. Seios impertinentes, rijos, que despertavam desejo em nosso companheiro. E admirando a bela mulher, ele esquece o seu propósito. Fita a boca rosada, que sorria ao ambiente simplesmente por ali estar. No minuto em que parou de olhá-la para acender outro cigarro, a perde de vista. Quando a reencontra, ela já está ao seu lado, de costas, como quem nada quer, olhando a quem passa. Ele nota as nádegas redondas, empinadas, que pareciam lhe pedir tapas e beijos e mordidas e carícias.
Ela dá uma volta, o vê. Sem dizer uma palavra, pega-lhe a mão e o conduz a um canto escuro, onde podiam ver a todos sem serem vistos.
Mãos, beijos, puxões, gemidos, entre mais beijos.
Fazem o que lhe convém.
Acabado, ela simplesmente se vira e vai embora, deixando na boca dele seu gosto.
E ele... bem, ele nem se lembra mais o que viera fazer ali.

sábado, 24 de novembro de 2007

Perdoando Deus, de Clarice Lispector

Eu ia andando pela Avenida Copacabana e olhava distraída edifícios, nesga de mar, pessoas, sem pensar em nada. Ainda não percebera que na verdade não estava distraída, estava era de uma atenção sem esforço, estava sendo uma coisa muito rara: livre. Via tudo, e à toa. Pouco a pouco é que fui percebendo que estava percebendo as coisas. Minha liberdade então se intensificou um pouco mais, sem deixar de ser liberdade.
Tive então um sentimento de que nunca ouvi falar. Por puro carinho, eu me senti a mãe de Deus, que era a Terra, o mundo. Por puro carinho mesmo, sem nenhuma prepotência ou glória, sem o menor senso de superioridade ou igualdade, eu era por carinho a mãe do que existe. Soube também que se tudo isso "fosse mesmo" o que eu sentia - e não possivelmente um equívoco de sentimento - que Deus sem nenhum orgulho e nenhuma pequenez se deixaria acarinhar, e sem nenhum compromisso comigo. Ser-Lhe-ia aceitável a intimidade com que eu fazia carinho. O sentimento era novo para mim, mas muito certo, e não ocorrera antes apenas porque não tinha podido ser. Sei que se ama ao que é Deus. Com amor grave, amor solene, respeito, medo e reverência. Mas nunca tinham me falado de carinho maternal por Ele. E assim como meu carinho por um filho não o reduz, até o alarga, assim ser mãe do mundo era o meu amor apenas livre.
E foi quando quase pisei num enorme rato morto. Em menos de um segundo estava eu eriçada pelo terror de viver, em menos de um segundo estilhaçava-me toda em pânico, e controlava como podia o meu mais profundo grito. Quase correndo de medo, cega entre as pessoas, terminei no outro quarteirão encostada a um poste, cerrando violentamente os olhos, que não queriam mais ver. Mas a imagem colava-se às pálpebras: um grande rato ruivo, de cauda enorme, com os pés esmagados, e morto, quieto, ruivo. O meu medo desmesurado de ratos.
Toda trêmula, consegui continuar a viver. Toda perplexa continuei a andar, com a boca infantilizada pela surpresa. Tentei cortar a conexão entre os dois fatos: o que eu sentira minutos antes e o rato. Mas era inútil. Pelo menos a contigüidade ligava-os. Os dois fatos tinham ilogicamente um nexo. Espantava-me que um rato tivesse sido o meu contraponto. E a revolta de súbito me tomou: então não podia eu me entregar desprevenida ao amor? De que estava Deus querendo me lembrar? Não sou pessoa que precise ser lembrada de que dentro de tudo há o sangue. Não só não esqueço o sangue de dentro como eu o admiro e o quero, sou demais o sangue para esquecer o sangue, e para mim a palavra espiritual não tem sentido, e nem a palavra terrena tem sentido. Não era preciso ter jogado na minha cara tão nua um rato. Não naquele instante. Bem poderia ter sido levado em conta o pavor que desde pequena me alucina e persegue, os ratos já riram de mim, no passado do mundo os ratos já me devoraram com pressa e raiva. Então era assim?, eu andando pelo mundo sem pedir nada, sem precisar de nada, amando de puro amor inocente, e Deus a me mostrar o seu rato? A grosseria de Deus me feria e insultava-me. Deus era bruto. Andando com o coração fechado, minha decepção era tão inconsolável como só em criança fui decepcionada. Continuei andando, procurava esquecer. Mas só me ocorria a vingança. Mas que vingança poderia eu contra um Deus Todo-Poderoso, contra um Deus que até com um rato esmagado poderia me esmagar? Minha vulnerabilidade de criatura só. Na minha vontade de vingança nem ao menos eu podia encará-Lo, pois eu não sabia onde é que Ele mais estava, qual seria a coisa onde Ele mais estava e que eu, olhando com raiva essa coisa, eu O visse? no rato? naquela janela? nas pedras do chão? Em mim é que Ele não estava mais. Em mim é que eu não O via mais.
Então a vingança dos fracos me ocorreu: ah, é assim? pois então não guardarei segredo, e vou contar. Sei que é ignóbil ter entrado na intimidade de Alguém, e depois contar os segredos, mas vou contar - não conte, só por carinho não conte, guarde para você mesma as vergonhas Dele - mas vou contar, sim, vou espalhar isso que me aconteceu, dessa vez não vai ficar por isso mesmo, vou contar o que Ele fez, vou estragar a Sua reputação.
... mas quem sabe, foi porque o mundo também é rato, e eu tinha pensado que já estava pronta para o rato também. Porque eu me imaginava mais forte. Porque eu fazia do amor um cálculo matemático errado: pensava que, somando as compreensões, eu amava. Não sabia que, somando as incompreensões, é que se ama verdadeiramente. Porque eu, só por ter tido carinho, pensei que amar é fácil. É porque eu não quis o amor solene, sem compreender que a solenidade ritualiza a incompreensão e a transforma em oferenda. E é também porque sempre fui de brigar muito, meu modo é brigando. É porque sempre tento chegar pelo meu modo. É porque ainda não sei ceder. É porque no fundo eu quero amar o que eu amaria - e não o que é. É porque ainda não sou eu mesma, e então o castigo é amar um mundo que não é ele. É também porque eu me ofendo à toa. É porque talvez eu precise que me digam com brutalidade, pois sou muito teimosa. É porque sou muito possessiva e então me foi perguntado com alguma ironia se eu também queria o rato para mim. É porque só poderei ser mãe das coisas quando puder pegar um rato na mão. Sei que nunca poderei pegar num rato sem morrer de minha pior morte. Então, pois, que eu use o magnificat que entoa às cegas sobre o que não se sabe nem vê. E que eu use o formalismo que me afasta. Porque o formalismo não tem ferido a minha simplicidade, e sim o meu orgulho, pois é pelo orgulho de ter nascido que me sinto tão íntima do mundo, mas este mundo que eu ainda extraí de mim de um grito mudo. Porque o rato existe tanto quanto eu, e talvez nem eu nem o rato sejamos para ser vistos por nós mesmos, a distância nos iguala. Talvez eu tenha que aceitar antes de mais nada esta minha natureza que quer a morte de um rato. Talvez eu me ache delicada demais apenas porque não cometi os meus crimes. Só porque contive os meus crimes, eu me acho de amor inocente. Talvez eu não possa olhar o rato enquanto não olhar sem lividez esta minha alma que é apenas contida. Talvez eu tenha que chamar de "mundo" esse meu modo de ser um pouco de tudo. Como posso amar a grandeza do mundo se não posso amar o tamanho de minha natureza? Enquanto eu imaginar que "Deus" é bom só porque eu sou ruim, não estarei amando a nada: será apenas o meu modo de me acusar. Eu, que sem nem ao menos ter me percorrido toda, já escolhi amar o meu contrário, e ao meu contrário quero chamar de Deus. Eu, que jamais me habituarei a mim, estava querendo que o mundo não me escandalizasse. Porque eu, que de mim só consegui foi me submeter a mim mesma, pois sou tão mais inexorável do que eu, eu estava querendo me compensar de mim mesma com uma terra menos violenta que eu. Porque enquanto eu amar a um Deus só porque não me quero, serei um dado marcado, e o jogo de minha vida maior não se fará. Enquanto eu inventar Deus, Ele não existe.

sexta-feira, 23 de novembro de 2007

Não importa se é conversa...
brisa...
pensamento...
sonho...
vontades...
desejos...
fantasias...
sempre começam e terminam com você.

E isso é uma merda. Não há melhor termo para definir.
Eu não preciso de você e nem de qualquer outro que me veja como um passatempo. A única coisa da qual preciso é de um abraço de alguém querido, que me chame de linda e fique rindo enquanto nos beijamos e falamos sobre as nossas teorias malucas...
Você é só um step. Aquela pessoa a qual recorro quando preciso disso... e como não tenho, te uso para tentar ficar completa. Mas não fico. E isso tudo torna-se uma bola de neve, com direito a choradeiras, fossas, comilanças e tudo aquilo que só faz mal a mim... e nem sequer te atinge.

quarta-feira, 14 de novembro de 2007

Aqui jaz um sentimento.

Durou o tempo suficiente para que marcasse. Nasceu de forma singela e foi aproveitado enquanto foi retribuído, embora tenha continuado vivo quando deixou de ser recíproco. Marcou não só a vida de quem o viveu, mas também de quem presenciou tudo.
Ele tinha um jeito bobo de não querer ver os defeitos do amado. Acatava como lei algo que lhe foi dito e fazia rir sempre que encontrava com aqueles olhos de esperança.
Existiu. Viveu, foi cultivado de grão em grão, cresceu, quase multiplicou-se, mas chegou ao fim. Um fim natural, como a validade preestabelecida a todos nós. Fez rir, fez chorar, fez pensar, sentiu saudades, sentiu raiva, decepção, mas acima de tudo, despertou amor.
As saudades que deixará são hoje as lembranças daquela música, daquelas fotos, daqueles filmes, daquela vida... mas nada além disso. Porque se acabou, não há motivo para ser revivido.

segunda-feira, 12 de novembro de 2007

Eu tenho não é medo de ir... e sim de não voltar mais.

Porque perdida eu já estou. Agora é só uma decisão de entrega ou não. Uma entrega parcial, fracionada ou total, mas mesmo assim uma entrega, que ambos sabemos que pode - ou não - acabar bem. Meu medo não é que acabe. O fim é uma conseqüência do tempo e eu estou disposta a enfrentá-lo mais uma, duas ou dez vezes. Meu medo é gostar demais e cair no abismo. Aquele que você conhece, já me fez cair e do qual eu ainda me recupero, meio sem fôlego.

A decisão não cabe a você ou a qualquer outra pessoa que não seja eu... Então dê-me o meu tempo. Porque pensar e filosofar é algo que eu adoro fazer... e você bem sabe disso.

domingo, 11 de novembro de 2007

Autopsicografia, de Fernando Pessoa

O poeta é um fingidor.
Finge tão completamente
Que chega a fingir que é dor
A dor que deveras sente.

E os que lêem o que escreve,
Na dor lida sentem bem,
Não as dores que ele teve,
Mas só a que ele não tem

E assim, nas calhas de roda
Gira, a entreter a razão,
Esse comboio de corda,
Que se chama coração

~
Porque fazer com que se tornem palavras o que a gente sente é difícil... e já que fazer com que os outros sintam o mesmo é impossível, o que podemos é tentar fazê-los entender... o que pode ser mais difícil ainda.

sexta-feira, 9 de novembro de 2007

Ele disse:
- Meu amor...
Ela entendeu:
Ele tá querendo alguma coisa...
Ele continuou:
- ...te amo!
E ela:
É... ta querendo a bundinha!

Me incomoda como o ‘te amo’ tornou-se vulgar hoje em dia. Todo mundo ama todo mundo, todo mundo faz juras de amor eterno a todos e esquecem o poder e o significado dessas simples palavrinhas.
É ridículo o número de pessoas que falam mal até do passarinho de estimação de alguém que não suporta e no dia seguinte estão dizendo que amam, que querem bem e que dariam a vida pela fulaninha e pelo passarinho. Isso me cansa. Eu sempre fui adepta do "eu te amo", mas o "te amo" que vêm com o tempo. Aquele que foi trazido pela convivência, por você conhecer algumas das qualidades e dos defeitos da pessoa e não se incomodar (muito) com isso, por saber que a pessoa realmente faz falta quando você não a vê e que seus olhos e lábios riem só de vê-la chegando. É muito mais digno ficar muda quando alguém que você conheceu antes de ontem diz que te ama do que dizer que também o sente, só da boca para fora.
Outra coisa que me tira do sério são aqueles casaizinhos sem NENHUMA história, que fazem juras de amor eterno no primeiro mês juntos. Tirando a possibilidade de você ter uma idade avançada, casar com a pessoa de cara e achar que vai ficar para a pessoa com o resto da vida, é difícil que você fique com essa pessoa para sempre. Desculpe se desiludi alguém, mas a vida é assim. Você não vai morrer junto com o cara só porque ele foi seu primeiro namorado ou sua primeira transa, então desencane de falar que ele será o grande amor da sua vida ou qualquer coisa assim. Diga que gosta, no máximo. Deixe as juras beeem para frente, quando vocês já se conhecerem o suficiente para saber que se aturam.
Amar é uma coisa súblime. É dedicar-se com a alma. Quando você ama, não importa o tempo que passe, sempre haverá um vestígio disso em seu coração... e o carinho, a admiração e o amor que você um dia sentiu pela pessoa, poderá ser menor, mas ainda estará presente. Não cabe ficar dizendo para qualquer um. Se quer dizer que ama alguém, diga a seus pais ou a seus irmãos todos os dias. Ou quem sabe àquele amiguíssimo que já enfrentou ao seu lado poucas e boas e com quase toda certeza estará ao seu lado nas próximas pindaíbas. Deixe-os conciente do seu amor. Mas para o filho do vizinho da amiga da sua vó que você começou a pegar ontem, meu querido... não o diga.

segunda-feira, 5 de novembro de 2007

O Amor Bate na Aorta, de Carlos Drummond de Andrade

Cantiga de amor sem eira,
nem beira,
vira o mundo de cabeça
para baixo,
suspende a saia das mulheres,
tira os óculos dos homens,
o amor, seja como for,
é o amor.

Meu bem, não chores,
hoje tem filme de Carlito.

O amor bate na porta
o amor bate na aorta,
fui abrir e me constipei.
Cardíaco e melancólico,
o amor ronca na horta
entre pés de laranjeira
entre uvas meio verdes
e desejos já maduros.

Entre uvas meio verdes,
meu amor, não te atormentes.
Certos ácidos adoçam
a boca murcha dos velhos
e quando os dentes não mordem
e quando os braços não prendem
o amor faz uma cócega
o amor desenha uma curva
propõe uma geometria.

Amor é bicho instruído.

Olha: o amor pulou o muro
o amor subiu na árvore
em tempo de se estrepar.
Pronto, o amor se estrepou.
Daqui estou vendo o sangue
que corre do corpo andrógino.
Essa ferida, meu bem,
às vezes não sara nunca
às vezes sara amanhã.

Daqui estou vendo o amor
irritado, desapontado,
mas também vejo outras coisas:
vejo beijos que se beijam
ouço mãos que se conversam
e que viajam sem mapa.
Vejo muitas outras coisas
que não ouso compreender...

~
É prova que marcou uma sexta série.
E que continua marcando até hoje... :)

domingo, 4 de novembro de 2007

Sempre achei que para uma pessoa aprender, ela deveria passar pela experiência. É muito fácil alguém que já vivenciou aquilo dizer o que pensa, aconselhar, falar para não fazer. Mas o humano, como um ser racional (?), prefere não ouvir e se ferrar um pouco. E é nesse se ferrar um pouco que ele pára para pensar na vida e reflete sobre o que lhe foi dito e que realmente aprende, com todas as letras – na maioria das vezes, maiúsculas.


Qualquer tipo de aprendizado é válido. Pode ser que este te transforme numa pessoa rancorosa ou amabilíssima, mas pode ser também que ele te deixe com medo de tudo e de todos. O que importa em todo esse processo é você lembrar que você não está sozinho – por mais que muitas vezes pareça – e qualquer que seja a sua decisão, afetará outras pessoas. Lembrar do próximo é necessário, pois o que pode não ser nada para mim, acaba com o mundo do outro... e sofrer pela escolha de outra pessoa é uma das piores dores que existe.

sexta-feira, 2 de novembro de 2007

Bilhete, de Mario Quintana

Se tu me amas, ama-me baixinho
Não o grites de cima dos telhados
Deixa em paz os passarinhos
Deixa em paz a mim!
Se me queres,
enfim,
tem de ser bem devagarinho, Amada,
que a vida é breve, e o amor mais breve ainda...


~
Se tu me amas, gritas aos quatro ventos
Enuncie o que sentes a qualquer viajante
Faça-os lembrar a todo instante
que a melhor parte de do ir,
é ter alguém que te espere quando voltar.
E digas que me quer bem ao amanhecer
e me enalteça sempres que lembrar.
Porque a vida pode ser breve... mas as lembranças são eternas.


...porque o meu bilhete diz muito mais.

quinta-feira, 1 de novembro de 2007

5 - 3 - 3


Salve, salve, Tricolores, tricampeões mundiais e PEEEEENTAcampeões brasileiros!

Não, eu não pretendo ficar me gabando pelo por ser torcedora do ÚNICO time pentacampeão brasileiro, muito menos por ter como capitão o MELHOR goleiro do mundo, único jogador que atua em nosso país a ser indicado ao “Bola de Ouro” desse ano.

Eu quero falar da honra e do orgulho que nós, são-paulinos, sentimos.

Ser são-paulina é ter certeza de que, ganhando ou não, qualquer jogo será jogado com raça e com amor a camisa.
Ser são-paulino é saber que todo jogador que atua em nosso amado Tricolor, sente orgulho disso.
Ser são-paulino é ter como segunda casa o Morumbi. É saber que ao contrário de qualquer timinho de várzea, nos temos um estádio, que ele é honrado e que ao entrarmos nele em qualquer atuação do nosso amado time, nós fazemos parte de uma família.

Ser tricolor é saber perder, mas é muito mais saber ganhar. É ter certeza que os campeonatos não possuem muita graça, pois sempre o melhor prevalece. E o melhor hoje é penta, grito com todo o ar contido no peito desde o começo difícil desse brasileiro, a qualquer galinha, porco ou peixe que lerem isso.

Desculpe aos que não estão acostumados e me ver falando palavrão... mas
É PEEEEEEEEEEEEEEEEEEEENTA, POOOORRA! =)



Eu sei que meu amado SPFC deveria ter um post mais digno, mas a felicidadeé tanta que somem as palavras...

terça-feira, 30 de outubro de 2007

Veio.
Beijou-me e fez com que eu me perdesse em seus braços. Beijos tão dele, tão meus...
Perdida, procurei a saída para o todos aqueles sentimentos.
...
Tão meus, quase dele.

sábado, 27 de outubro de 2007

De repente me deu uma saudade do meu blog e do meu 'quê' de escritora, que não pude controlar.
Voltei [ou comecei?] até segunda ordem!